Como em qualquer outra actividade humana, não é possível evitar totalmente a ocorrência de incidentes e de acidentes na indústria nuclear. Convém, todavia, não confundir acidente com incidente: um pneu que fura numa auto-estrada e obriga o automóvel a parar, sem que os passageiros corram perigo, é um incidente; se o pneu rebentar e provocar um despite em que os ocupantes correm risco de vida, então trata-se de um acidente.
A escala INES (International Nuclear Events Scale) destina-se a harmonizar as práticas de classificação e notificação de ocorrências nucleares, a nível mundial, e a facilitar a comunicação entre os membros da comunidade nuclear e, ainda, com os meios de comunicação social e com o público, relativamente a incidentes e acidentes que possam ocorrer em centrais nucleares, por exemplo, como aconteceu recentemente em Fukushima, Japão. Trata-se de um utensílio de comunicação – como as escalas que indicam a gravidade de certos fenómenos naturais (sismos, por exemplo) – e não de um instrumento de avaliação de segurança nuclear, embora assente em bases técnicas sólidas.
Escala INES
ACIDENTE
Nível 7 – Acidente muito grave (Chernobyl, 1986; Fukushima, 2011)
Nível 6 – Acidente grave
Nível 5 – Acidente com riscos fora da instalação (Three Mile Island, 1979)
Nível 4 – Acidente sem riscos importantes fora da instalação
INCIDENTE
Nível 3 – Incidente grave
Nível 2 – Incidente
Nível 1 – Anomalia
As ocorrências nucleares podem ser classificadas num dos sete níveis da escala INES, através da apreciação de três critérios ligados à segurança nuclear:
• impacte fora da instalação apreciado em termos de descargas de produtos radioactivos que possam afectar o público e o ambiente;
• impacte dentro da instalação podendo afectar os trabalhadores e o estado da instalação;
• degradação das linhas de defesa em profundidade ou seja das barreiras de segurança sucessivas que são colocadas entre os produtos radioactivos e o ambiente.
Se uma ocorrência puder ser apreciada com base em mais do que um destes critérios, é obviamente o nível mais elevado que é considerado para efeitos de classificação.
As ocorrências que correspondem a desvios sem qualquer importância do ponto de vista da segurança nuclear são classificadas no nível zero (“abaixo da escala”). As ocorrências que não dizem respeito à segurança nuclear, são designadas como “fora da escala”.
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